Por: Urbino Brito
Segunda feira (14/10) - O pedido feito pelo governo ucraniano ao Brasil para prender o presidente russo, Vladimir Putin, caso ele participe da cúpula do G20 em novembro, gerou grande repercussão internacional. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra Putin em março de 2023, acusando-o de crimes de guerra após a invasão da Ucrânia. No entanto, o Kremlin negou todas as alegações e rejeitou o mandado.
Agora, com a possibilidade de Putin comparecer ao evento no Brasil, o procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin, fez um apelo direto às autoridades brasileiras para que cumpram a ordem do TPI. Segundo Kostin, informações de Inteligência sugerem que o líder russo pode marcar presença na cúpula.
Mas será que o Brasil está preparado para lidar com essa situação? Como signatário do TPI, o país teoricamente tem a obrigação de prender Putin, mas o cenário diplomático é extremamente delicado. Prender o líder de uma das maiores potências mundiais pode causar uma crise internacional sem precedentes, colocando Lula e seu governo em uma encruzilhada.
Lula já indicou que o Brasil busca uma postura de neutralidade em relação à guerra na Ucrânia, e qualquer ação contra Putin pode comprometer alianças estratégicas com a Rússia. Ao mesmo tempo, ignorar o mandado pode trazer críticas da comunidade internacional e manchar a credibilidade do Brasil no cumprimento de tratados internacionais.
Será que Lula terá coragem de enfrentar esse desafio e ordenar a prisão de Putin? Ou o Brasil optará por uma saída diplomática, evitando um confronto direto com o Kremlin? A cúpula do G20, que já prometia ser um palco de grandes discussões globais, agora pode se tornar o centro de uma das decisões mais impactantes da política externa brasileira.
Artigo: Baseado em matéria de Reuters
Publicada no G1 / Mundo