Quantas vezes você já justificou atitudes dele com frases como “ele só está passando por uma fase ruim”, “no fundo ele me ama, só não sabe demonstrar” ou “ele vai mudar, só precisa de tempo”? Isso pode ser um sinal claro de que você está mais conectado com a fantasia do que com os fatos. Amar alguém é enxergar essa pessoa como ela realmente é, com seus defeitos, limites e escolhas — e ainda assim decidir se vale a pena.
Idealizar alguém é fácil. Nosso cérebro é excelente em preencher lacunas com o que desejamos. Quando ele não responde como gostaríamos, imaginamos que é porque está ocupado, distraído ou porque “não sabe demonstrar sentimentos”. Quando não nos prioriza, inventamos desculpas: “ele tem uma vida difícil”, “não teve bons exemplos de amor”. E assim, vamos nos afastar da realidade para nos aproximar de uma ilusão.
Só que ilusão não sustenta relacionamento. Uma hora a conta chega. E chega em forma de frustração, angústia e desgaste emocional. Você começa a sentir que está dando demais, esperando demais, sofrendo demais. E tudo isso por alguém que, muitas vezes, nunca prometeu nada — você é quem criou uma história paralela em que ele era protagonista de um amor que só existia na sua mente.
A pergunta que precisa ser feita é: ele está realmente ali por você? Ele te escolhe todos os dias com atitudes? Ou você está mantendo sozinha uma relação baseada em suposições e expectativas? Porque quando o amor é recíproco, não há tanto espaço para dúvidas. Existe conversa, cuidado, presença. Existe vontade mútua de fazer dar certo, mesmo com os obstáculos.
Se você está constantemente se sentindo sozinha, insegura, confusa… talvez não esteja em um relacionamento verdadeiro, e sim em um relacionamento com a ideia de alguém. E isso é doloroso, porque a cada gesto frio ou ausência, essa ilusão se quebra mais um pouco. Você tenta colar os pedaços com justificativas, mas no fundo sente que está perdendo a si mesma no processo.
Amar alguém não significa ignorar a realidade. Não é romantizar a falta de afeto nem justificar ausência de comprometimento. É saber a diferença entre quem a pessoa realmente é e quem você gostaria que ela fosse — e, a partir disso, decidir com lucidez se é esse relacionamento que você merece.
A idealização, embora possa parecer inofensiva no começo, mina sua autoestima. Você começa a se perguntar o que está fazendo de errado, por que ele não te dá o que você tanto oferece, por que o amor parece sempre difícil. Mas o problema não é você. O problema é que você está tentando tirar de alguém algo que ele talvez nunca tenha prometido, nem tenha capacidade ou vontade de oferecer.
Então, pare por um momento e olhe com honestidade para essa relação. Observe os gestos, a frequência, a presença, a disposição dele. Pergunte-se: “Se eu não tivesse criado essa imagem ideal na minha cabeça, eu ainda estaria aqui?” E mais importante: “Se ele fosse apenas o que demonstra ser, sem fantasia alguma, ainda assim seria suficiente para mim?”
A resposta pode doer, mas também pode ser libertadora. Às vezes, aceitar que alguém não é o que esperávamos é o primeiro passo para nos libertarmos de um ciclo de ilusão e começarmos a construir algo verdadeiro — seja com outra pessoa, seja com nós mesmas.
Você não precisa viver esperando uma mudança que talvez nunca venha. Você não precisa se contentar com migalhas achando que um dia o banquete será servido. Amor real se constrói na verdade, não na expectativa. E amar, acima de tudo, é também saber a hora de soltar a mão de uma fantasia para segurar firme a sua própria realidade. Sugar daddy
Você está com ele… ou com o que inventou sobre ele? A resposta está em como você se sente todos os dias ao lado dele — e em como ele te trata quando ninguém está olhando.
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