Por: Urbino Brito
No dia 3 de junho, o mundo celebra um dos meios de transporte mais sustentáveis, democráticos e amados do planeta: a bicicleta. O que hoje é símbolo de saúde, mobilidade, lazer e esporte, nem sempre foi acessível como conhecemos.
Quando surgiu, a bicicleta era artigo de luxo. Apenas a elite podia ter acesso a essa novidade tecnológica, que chamava atenção nas ruas pela inovação e pelo status que representava. Com o tempo, ela se tornou transporte do trabalhador, do povo, facilitando deslocamentos e ajudando na economia diária. Logo depois, virou também sinônimo de infância e alegria. Quem não se lembra da clássica campanha da Caloi, em que um menino espalhava bilhetinhos por toda a casa pedindo: “Papai, não esqueça da minha Caloi”?
Curiosamente, nos últimos anos, a bicicleta voltou a ser, em certa medida, um item de luxo. Principalmente no mundo do ciclismo esportivo, como o mountain bike, onde a tecnologia embarcada eleva bastante os custos — mas também proporciona experiências incríveis de aventura, liberdade e superação.
A história que pedala pelo tempo
A primeira bicicleta, ou algo muito próximo disso, surgiu em 12 de junho de 1817, quando o alemão Karl von Drais fez o primeiro test-drive de sua invenção de madeira, chamada de laufmaschine (máquina de correr). Sem pedais, ela era impulsionada com os pés no chão, mas abriu caminho para a evolução do que hoje conhecemos como bicicleta.
A ideia dos pedais surgiu em 1839, atribuída ao ferreiro escocês Kirkpatrick MacMillan. Entretanto, há controvérsias: não há registros concretos — nem esboços ou modelos — que comprovem se foi, de fato, MacMillan o inventor. O que se sabe é que o inglês Thomas McCall desenvolveu modelos pedaláveis cerca de 30 anos depois.
Já em 1870, surge a famosa bicicleta de roda alta, também conhecida como penny farthing, criada pelo britânico James Starley. Seu design chamava atenção pela enorme roda dianteira e uma pequena roda traseira, símbolo de status e velocidade — além de ser um desafio de equilíbrio para quem se arriscava a pilotá-la.
Mais que transporte, um estilo de vida
Hoje, a bicicleta é muito mais que um meio de locomoção. É lazer, esporte, saúde, sustentabilidade e, acima de tudo, liberdade. Seja nas trilhas do mountain bike, nas ruas das grandes cidades ou nas lembranças de infância, ela continua fazendo história e mudando vidas.
Neste Dia Mundial da Bicicleta, fica o convite: tire a sua da garagem, coloque o capacete e sinta, mais uma vez, o vento no rosto e a alegria de pedalar.