Uma figura que vai aparecer muito nesta coluna é meu amigo Wantuil de Freitas. Ele se revelou na história de Teixeira de Freitas, um dos cidadãos mais espertos. Em tudo que experimentou deixou a sua marca. Como jogador de futebol, como mecânico, como violeiro, como locutor de rádio, como componente de dupla caipira e muitas outras coisas.
Uma de suas habilidades eu não conhecia. A de empresário de atoleiro. Vamos começar do princípio, como diria minha avó. Nos anos de 1950 e 1960, muitas estradas cortavam nossa região. Todas de chão batido. Como aqui chovia muito, a coisa mais comum era encontrar carro atolado. Caminhão com toneladas de madeira era freguês certo de estrada úmida. Chegou, atolou e paralisou.
Em certos períodos do ano, nas chamadas “estações das águas”, os carros nem se atreviam a transitar pela região. Mas tinham os doidos, os que estavam na “pendura” e precisavam ganhar uns trocados no período. E para isso, precisavam arriscar.
A região tinha atoleiros memoráveis. Nas proximidades de Maria Mirréis, próximo onde se situa hoje a Avenida das Nações, a subida do morro da Fazenda Cascata, o morro de acesso vindo de Itamaraju para São José de Alcobaça, (Teixeira) depois da Prainha, era um atoleiro que ganhava de todos, próximo onde se situa hoje o bairro Caminho do Mar.
Wantuil chegou a contar 12 carros certa vez, atolados por ali. Um dia, para socorrer um amigo, pegou uma junta de bois emprestada e conseguiu trazê-lo para a estrada segura. Aí, deu um estalo da sua cabeça! Porque não manter a junta de bois ali, na espera, e cobrando uns trocados, tirar caminhões, ônibus e automóveis da lama?.
Conseguiu a junta de bois Tatu e Brilhante, que eram fortes e resistentes, e abriu a sua Wantuil Atoleiros Ltda. Ficava o dia inteiro por lá, ganhando uma grana respeitável. As más línguas dizem até que ele pagou reza, para que chovesse mais tempo. Com a grana conseguida ali, ele comprou sua primeira viola. Até que os bois foram devolvidos e a pavimentação chegou.