Nesta quinta-feira, dia 4 de setembro, um caso de agressão contra uma professora verificado na Escola Padre José de Anchieta, no distrito da Colônia, chamou a atenção de todos. A resposta do Poder Legislativo de Eunápolis veio rápido. Durante a sessão ordinária, a vereadora Carmem Lúcia Maciel (UB) usou a tribuna para denunciar que a diretora da unidade, professora Gildete Santos Guimarães, “praticou assédio moral, intimidações e ameaças contra a professora Maria da Conceição dos Santos Silva”.
Exibindo o Boletim de Ocorrência do fato, lavrado no dia 02 de setembro, a parlamentar relatou, de acordo com o registro na Primeira Delegacia Territorial de Eunápolis, que a vítima, servidora concursada com 28 anos de atuação naquela mesma escola, “vem sofrendo perseguições constantes no ambiente de trabalho, por meio de diversas condutas abusivas praticadas pela diretora, resultando em descontos indevidos de salários; ameaças; ambiente hostil e intimidador, com ofensas verbais e pressão psicológica contínua”.
Segunda a vereadora, “a professora Maria da Conceição alega que passou mal em várias ocasiões, precisando, finalmente, ser encaminhada ao pronto socorro, no dia 1º de setembro, após uma nova sessão de ataques da diretora, conforme registro de atendimento no Hospital Regional”. Consta ainda no Boletim de ocorrência, registrado no dia seguinte, que “a servidora foi amparada por colegas de trabalho, que acionaram sua irmã, a qual compareceu à escola e a levou ao hospital para atendimento médico”.
Carmem Lúcia disse, em tom de indignação, que ao invés de prestar socorro à professora caída ao chão, “a diretora Gildete avisou aos demais que estaria se dirigindo à Secretaria de Educação para lavrar uma ata contra a comunicante”.
A vereadora apelou à secretária de Educação do município, Jovita Lima, para que tome as devidas providências. Revelou que desde o mês de março tem se dirigido ao setor, cobrando providências as quais vem sendo postergadas pela titular. “Vou chamar, vou chamar, vou chamar. Mas, Gildete é parceira, é amiga. Votou na secretária”. Ironizou.
“Eu quero acreditar que a professora Jovita Lima não esteja sendo conivente e protegendo aqueles que votaram nela, por isso eu vou levar o assunto ao conhecimento do prefeito Robério Oliveira para evitar que isso continue ocorrendo, até porque outras professoras também estão sendo vítimas dessa diretora abusada, contra a qual existe até um abaixo assinado por pais de estudantes.” Avisou.
“Isso não é uma educadora e não sei com está em cargo de direção”, constatou a vereadora.
APARTES
Em aparte, o vereador Edmundo Novais (Mobiliza), relator da Comissão de Educação, Infância, Juventude e Direitos Humanos da Câmara, se comprometeu de solicitar uma reunião juntos com demais membros do colegiado técnico: Jorge Maécio (Avante), presidente, e Ademir Freire (Podemos) secretário, “com o objetivo de apurar os fatos e emitir um documento cobrando providências para esta ocorrência”.
Também o vereador Ubaldo Suzart (PSD), segundo vice-presidente da Mesa, condenou o incidente e se prontificou a procurar a secretária de Educação para conhecer melhor o tema. Afirmou que a Comissão de Educação da Casa vai apurar o caso e reforçou com informação “que a coordenadora pedagógica da escola também vem sendo vítima de assédio moral por parte da diretora da unidade escolar”.
Por fim, o presidente da Mesa Diretora, Valdiran Marques (PSD), se solidarizou com a vereadora Carmem. “Pelas evidências colocadas por Vossa Excelência percebemos a gravidade do tema que pode ocasionar inclusive, prejuízo aos alunos”. O presidente comunicou que a documentação como BO, relatório da unidade hospitalar, testemunhos e depoimentos serão entregues à Comissão de Educação para as devidas providências.
Fote: Ascom/CME
Fotos: Milton Guerreiro