Cerveja melhor que político? Bebidas de mosteiros podem até salvar cidades

Por: Da redação
18/12/2016 - 20:28:09

Por: Juliana Simon
Do UOL

Ao virar seu copo no happy hour, pense que a merecida cervejinha do fim do expediente pode ter um papel muito mais nobre. Monges de Norcia (Itália), por exemplo, planejam levantar verba para a reconstrução da cidade –destruída por um terremoto em 30 de outubro de 2016– através da venda da bebida, produzida no mosteiro. A função social da cerveja, no entanto, é uma tradição de séculos.

A produção de cerveja é uma atividade antiga de muitos mosteiros europeus. No caso da pequena cidade italiana, destruída pelo maior tremor no país em 36 anos, a cervejaria que fica dentro do mosteiro local está quase intacta e os monges estão planejando levar a bebida para um local mais seguro, onde possa ser engarrafada e especialmente rotulada, antes de ser vendida para levantar dinheiro para a reconstrução da cidade.

O que muita gente não sabe é que esse trabalho comunitário é determinante para que uma cerveja não seja somente de Abadia (uma divisão toda especial para as bebidas fabricadas em mosteiros e mundialmente conhecidas por sua qualidade), mas que receba o selo de uma espécie de “denominação de origem” (como vinho do Porto e o espumante de Champanhe).

Cerveja solidária

Somente 12 destas instituições (localizadas em países como Bélgica, Itália, Holanda, França e até fora do Velho Mundo, nos EUA) são responsáveis pela produção da chamada cerveja trapista. A bebida recebe esse nome e um selo da "International Trappist Association" somente quando todas as etapas da fabricação são realizadas dentro do mosteiro.

A história desse tipo de cerveja, no entanto, vai muito além do malte, lúpulo, água e levedura. Para carimbar sua cerveja como trapista, os mosteiros também devem reverter todo o lucro da venda da bebida para a manutenção da instituição e da cidade que a abriga.

Cervejarias trapistas famosas, como a La Trappe e a Orval, enfatizam os empregos locais que geram em suas regiões. Uma das mais conhecidas, a belga Chimay, não só exerce esse papel de incentivo à economia local, como até produziu um exemplar orgânico (a PUUR ale) e plantou 1,3 hectares para compensar as emissões de carbono. 

Famosas na Europa, essas cervejas representam verdadeira paixão também para os cervejeiros brasileiros por sua qualidade e tradição.  Muitas delas estão disponíveis em supermercados –como é o caso das marcas Chimay, Achel, La Trappe e Westmalle.

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