Influenciadores virtuais: moda passageira ou futuro inevitável?

Por: Izabelly Mendes
10/11/2025 - 16:19:02

Nos últimos anos, o universo do marketing digital testemunhou uma transformação curiosa: a ascensão dos influenciadores virtuais. Personagens criados por computação gráfica, como a famosa Lil Miquela nos Estados Unidos ou a brasileira Lu, da Magalu, passaram a ocupar espaços antes reservados a celebridades e criadores de conteúdo humano. O fenômeno levanta uma questão inevitável: estamos diante de uma moda passageira ou de um futuro inevitável para a comunicação de marcas?

Os influenciadores virtuais não envelhecem, não se envolvem em polêmicas pessoais e estão sempre disponíveis para campanhas. Essas vantagens práticas atraem cada vez mais empresas que buscam controle e previsibilidade em suas estratégias. Enquanto um influenciador humano pode enfrentar crises de imagem ou abandonar a carreira, um avatar digital permanece no ar, adaptável e coerente com os valores da marca.

Outro fator relevante é a possibilidade criativa. Avatares podem estar em cenários impossíveis, usar roupas futuristas ou interagir com produtos ainda não lançados. Eles misturam o real com o imaginário, criando narrativas que capturam a atenção de públicos cada vez mais acostumados com experiências digitais imersivas. Com a popularização de tecnologias como realidade aumentada, inteligência artificial generativa e o metaverso, essa fronteira tende a se expandir.

Por outro lado, há desafios claros. Muitos consumidores ainda desconfiam da autenticidade desses personagens. A relação de proximidade construída por influenciadores humanos parte da ideia de “vida real compartilhada”, algo que um avatar não pode oferecer com a mesma profundidade emocional. Além disso, campanhas exclusivamente virtuais correm o risco de soar artificial demais, afastando quem busca conexões verdadeiras.

Outro ponto é a saturação: conforme mais empresas investem em influenciadores digitais, pode surgir uma homogeneização estética. Sem diversidade criativa e histórias bem trabalhadas, o público pode simplesmente perder o interesse. O segredo não está em substituir humanos, mas em encontrar equilíbrio: unir a credibilidade de criadores reais com a inovação que os avatares oferecem.

A geração mais jovem, especialmente a Z e a Alpha, demonstra menos resistência a essas figuras digitais. Acostumados a conviver com personagens de jogos, avatares em redes sociais e inteligências artificiais em aplicativos do dia a dia, para eles não há um abismo entre o humano e o virtual. Isso sugere que a aceitação tende a aumentar com o tempo, transformando os influenciadores virtuais em parte natural do ecossistema digital.

Portanto, é precipitado tratar esse fenômeno como uma simples moda. Embora haja riscos e resistências, as vantagens competitivas e o apelo junto às novas gerações mostram que os influenciadores virtuais não apenas vieram para ficar, como devem se multiplicar e se sofisticar. O futuro provavelmente não será marcado pela substituição total dos humanos, mas por um cenário híbrido, onde pessoas e avatares coexistem e colaboram em campanhas que buscam tanto autenticidade quanto inovação. Baixar video Instagram

A pergunta, então, talvez não seja mais “se” os influenciadores virtuais terão espaço, mas “como” eles serão integrados de forma estratégica ao marketing digital. E, ao que tudo indica, ignorá-los pode ser mais arriscado do que apostar nessa tendência que já molda o presente e aponta para um futuro inevitável.

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