Cidades Humanizadas e Inclusivas são aquelas que priorizam o ser humano em seu planejamento, e a inclusão é o indicador máximo dessa prioridade. Projetar tais cidades exige uma metodologia que transcende o foco em veículos e edificações, concentrando-se na experiência do usuário mais vulnerável. A chave é o Design Universal aplicado ao urbanismo, garantindo que a infraestrutura facilite a interação social e a autonomia para todos.
O projeto de cidades humanizadas começa com a Escala Humana. O urbanista deve planejar para a velocidade da caminhada, e não para a velocidade do carro. Isso implica:
Prioridade ao Pedestre: Calçadas largas, arborizadas e bem iluminadas, com mobiliário urbano que convide à permanência.
Ruas Calmas (Traffic Calming): Redução da velocidade e o uso de lombadas e estreitamento de faixas para garantir a segurança de pedestres e ciclistas.
Uso Misto e Proximidade: Criar bairros de uso misto (residencial, comercial, serviços) para que as necessidades diárias possam ser atendidas a uma curta distância, incentivando o transporte ativo.
Para ser inclusiva, a cidade não pode ter "pontos cegos" de acessibilidade. É essencial garantir a Rota Acessível Contínua – um caminho seguro, livre de obstáculos e sinalizado que ligue a moradia, o transporte público, os parques e os serviços essenciais.
Isso envolve:
Esquinas e Travessias: Rampas de acesso bem construídas, com contraste de cor e piso tátil direcional.
Sinalização: Uso de semáforos sonoros para deficientes visuais e sinalização clara em Braile e em caracteres ampliados nos pontos de ônibus e edifícios.
Uma cidade humanizada é uma cidade de encontro. Parques e praças devem ser projetados com acessibilidade universal, com caminhos pavimentados, equipamentos de lazer adaptados (balanços, bancos), e fontes de água potável em altura acessível. O Design Biofílico (integração da natureza) deve ser acessível para que a PcD também possa usufruir dos benefícios do contato com áreas verdes. Projetar a inclusão é projetar a plena cidadania.