Historicamente, a Arquitetura foca no projeto do edifício, enquanto o Urbanismo foca no planejamento da cidade. No contexto contemporâneo, essa fronteira está se dissolvendo. O papel da arquitetura se expandiu, tornando-se um agente ativo na formulação e execução de um urbanismo mais humano, sustentável e socialmente responsável. O arquiteto não projeta apenas paredes, mas sim interfaces entre o edifício e o espaço público.
A principal contribuição da arquitetura para o urbanismo é o conceito de fachada ativa. O edifício, ao invés de se fechar para a rua (com muros ou garagens), deve interagir com ela:
Térreo Ativo: Projetar o térreo com lojas, cafés ou serviços que atraiam pessoas e geram movimento, estimulando a vida na calçada.
Permeabilidade: Garantir que o edifício seja acessível e convidativo, dissolvendo a barreira entre o público e o privado.
Vigilância Natural: O desenho de janelas e varandas voltado para a rua aumenta a sensação de segurança, pois há "olhos na rua" (conceito de Jane Jacobs).
A forma como um edifício toca o solo é mais importante para o urbanismo do que a sua altura.
A arquitetura contemporânea assume a responsabilidade climática ao usar o design bioclimático. Cada novo edifício é um microelemento que pode ajudar a melhorar ou piorar o clima do bairro.
Telhados Verdes e Jardins Verticais: Reduzem a temperatura da superfície do edifício, combatendo as ilhas de calor urbanas.
Orientação Inteligente: Posicionar a edificação de forma a maximizar a ventilação natural e a iluminação, reduzindo a necessidade de sistemas de climatização e o consumo de energia da cidade.
A arquitetura também tem um papel na mediação social. Ao projetar espaços coletivos de qualidade (como praças internas, decks de convivência ou lobbies abertos), o arquiteto facilita a interação entre os moradores e a comunidade. Prospectar obras
Na habitação popular, o projeto de um conjunto habitacional deve considerar as dinâmicas sociais da comunidade, garantindo áreas de lazer, acesso a serviços e transporte, e combatendo a segregação espacial. O arquiteto moderno é um agente de transformação social que usa o design para construir cidades mais justas e funcionais.