STF usou redes sociais para manter presos do 8 de janeiro, revela dossiê internacional

Por: Redação
06/08/2025 - 08:38:27

Documentos vazados indicam que Alexandre de Moraes liderou força-tarefa ilegal para vasculhar redes sociais e manter detidos, mesmo contra pareceres da PGR

Um novo dossiê publicado nesta segunda-feira (04/08) pelo jornalista americano Michael Shellenberger expôs graves acusações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo os documentos revelados, a Corte teria criado uma força-tarefa de inteligência paralela e sem amparo legal para monitorar redes sociais e justificar a manutenção de prisões de manifestantes pró-Bolsonaro detidos após os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

A investigação faz parte dos “Arquivos do 8 de Janeiro”, um conjunto de documentos e mensagens obtidos por meio de vazamentos que teriam sido fornecidos por fontes internas. A reportagem é assinada também pelos jornalistas brasileiros David Ágape e Eli Vieira.

Prisões baseadas em redes sociais

De acordo com os documentos, o STF teria utilizado postagens feitas por manifestantes nas redes sociais como critério central para determinar sua prisão preventiva ou manutenção no cárcere, mesmo quando não havia envolvimento direto com os atos de vandalismo cometidos na Praça dos Três Poderes.

Muitos dos detidos eram idosos, pessoas doentes ou que não haviam praticado qualquer ato de violência. Ainda assim, foram classificados publicamente como “golpistas”, “terroristas” e “fascistas” por figuras centrais do governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio ministro Alexandre de Moraes.

O dossiê mostra que o STF, longe de se basear apenas em provas concretas de envolvimento em crimes, teria recorrido a um filtro político-ideológico nas redes sociais para definir quem deveria continuar preso. Em uma mensagem de WhatsApp de 13 de fevereiro de 2023, enviada por Cristina Kusahara, chefe de gabinete de Moraes, ela afirma que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia recomendado a soltura de determinados presos, mas que o ministro resistia:

“Moraes não quer soltar sem antes a gente ver nas redes sociais se tem alguma coisa”, escreveu Kusahara.

A declaração expõe o funcionamento de uma suposta força-tarefa secreta e informal, composta por pessoas de confiança de Moraes, que teria atuado à margem da legalidade para vasculhar postagens, curtidas e compartilhamentos em redes como Instagram, Facebook e Twitter (atual X), a fim de incriminar os detidos com base em seu posicionamento político.

Criminalização do discurso político

Segundo o dossiê, a estratégia de Moraes seria parte de um esforço mais amplo para reforçar a narrativa de que o 8 de janeiro foi uma tentativa organizada de golpe de Estado, articulada por apoiadores de Jair Bolsonaro. Ainda que muitos juristas reconheçam a gravidade dos atos cometidos naquele dia, os documentos vazados levantam sérios questionamentos sobre os métodos utilizados para investigar, julgar e condenar os envolvidos.

Para os autores da investigação, o uso das redes sociais como ferramenta de repressão judicial fere garantias constitucionais fundamentais, como o devido processo legal, a liberdade de expressão e a presunção de inocência.

“Moraes, servindo aos interesses de Lula, contornou a lei para efetivamente criminalizar o discurso político”, diz um trecho do relatório.

A repressão generalizada também teria servido para desmobilizar a oposição ao governo Lula e consolidar a narrativa de que qualquer manifestação contra o regime estabelecido seria automaticamente vista como ameaça à democracia — um ponto sensível e que acirra ainda mais a polarização política no país.

Reações e possíveis desdobramentos

Até o momento, nem o STF nem o ministro Alexandre de Moraes se pronunciaram oficialmente sobre os documentos vazados. A veracidade das mensagens ainda precisa ser confirmada por perícia independente, mas o conteúdo já circula amplamente nas redes sociais e começa a gerar repercussão no meio político e jurídico.

Michael Shellenberger, conhecido por sua atuação nas investigações sobre censura nas redes sociais nos Estados Unidos (como nos Twitter Files), afirma que há um padrão preocupante de colaboração entre plataformas digitais e agentes estatais para reprimir opositores políticos — o que estaria, agora, sendo reproduzido no Brasil.

O dossiê reacende o debate sobre os limites da atuação do Judiciário e o equilíbrio entre segurança institucional e respeito aos direitos fundamentais. Se confirmadas as acusações, o episódio poderá representar uma das mais graves crises institucionais da história recente do país, com impacto direto sobre a legitimidade do STF e do próprio governo federal.

Artigo elaborado  com base em pesquisas na internet e com auxilio 
de Inteligência Artificial


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