Mercado acompanha oscilações nos preços, influenciado por clima, demanda externa e projeções da safra
O mercado brasileiro de café apresentou variações opostas nesta quarta-feira (16/07), com uma leve alta no preço do arábica e queda no valor do robusta. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a saca de 60 quilos do café arábica foi negociada a R$ 1.785,02 em São Paulo, o que representa uma alta de 0,07% em relação ao dia anterior.
Essa valorização discreta do arábica reflete um cenário de maior demanda por cafés de melhor qualidade no mercado externo, principalmente por parte de países europeus e norte-americanos, além de ajustes nas expectativas em relação à produção brasileira. O clima nas principais regiões produtoras, como o sul de Minas Gerais e o cerrado mineiro, tem se mantido estável, favorecendo a colheita, mas ainda com preocupação quanto à regularidade das chuvas e à possibilidade de geadas pontuais.
Enquanto isso, o café robusta, mais utilizado na indústria de café solúvel e cultivado majoritariamente no Espírito Santo e em Rondônia, registrou queda de 0,81%, com a saca sendo negociada a R$ 1.006,39. A retração nos preços está ligada a uma combinação de fatores: maior oferta interna com o avanço da colheita, resistência dos compradores em pagar preços mais altos e menor demanda externa momentânea.
Além disso, o mercado futuro do café também influencia os preços domésticos. As bolsas internacionais seguem oscilando diante das incertezas climáticas no Brasil, das tensões geopolíticas e das perspectivas econômicas globais. Investidores e agentes do setor acompanham de perto os relatórios de safra e as previsões meteorológicas, que podem impactar diretamente o volume e a qualidade dos grãos nas próximas semanas.
Especialistas apontam que o momento exige cautela por parte dos produtores e exportadores, uma vez que a volatilidade deve continuar até a definição mais clara da safra atual e do comportamento da demanda nos mercados consumidores.
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