Vício em rejeição: por que você corre atrás de quem te ignora?

Por: izabelly Redação
21/05/2025 - 15:22:27

Você já se viu obcecado por alguém que mal te dá atenção? Ou percebe que, quanto mais essa pessoa te ignora, mais você quer estar por perto, tentando entender o porquê da frieza, se esforçando para ser notado, validado ou amado? Se sim, talvez você esteja lidando com algo mais profundo do que apenas uma paixão não correspondida: o vício em rejeição.

A dor que vicia

Apesar de parecer contraditório, o ser humano pode sim se viciar em sentimentos negativos — e a rejeição é um dos mais poderosos entre eles. Quando alguém nos rejeita, o cérebro interpreta isso como uma ameaça emocional e dispara um alerta, liberando substâncias como cortisol e adrenalina. Em seguida, quando recebemos qualquer migalha de atenção da mesma pessoa, o cérebro libera dopamina, o hormônio do prazer. Esse ciclo químico é semelhante ao que ocorre em vícios como o jogo ou o uso de substâncias: sofrimento seguido de alívio, que reforça o comportamento de retorno à fonte da dor.

A raiz do problema: autoestima e infância

Muitas pessoas que sofrem com esse padrão emocional vêm de histórias onde o amor foi condicionado ou instável. Pais frios, ausentes ou que demonstravam carinho apenas em momentos específicos podem ensinar, inconscientemente, que amor e rejeição caminham juntos. Assim, na vida adulta, a pessoa sente que precisa conquistar o amor a todo custo, mesmo que isso signifique aceitar desprezo, humilhação ou desinteresse.

Além disso, a autoestima fragilizada também colabora. Quem acredita, mesmo que inconscientemente, que não é bom o suficiente, acaba se atraindo por pessoas que confirmam essa crença — e foge das que tratam bem, por parecerem “fáceis demais”.

A ilusão do desafio

Outro fator importante é a romantização do “difícil”. Culturalmente, somos ensinados a valorizar aquilo que exige esforço. Conquistar alguém inacessível parece mais excitante, mais nobre, como se o amor verdadeiro estivesse justamente na superação da rejeição. Mas esse pensamento pode ser extremamente destrutivo, pois alimenta relacionamentos desequilibrados, unilaterais e emocionalmente abusivos.

Quando o amor vira dependência

Correr atrás de quem te ignora constantemente é sinal de dependência afetiva. Você não está mais buscando o amor saudável, mas sim um alívio para sua dor interna. A necessidade de provar que é digno de atenção acaba sendo maior do que o respeito próprio. E isso aprisiona: quanto mais você se esforça, menos amor-próprio resta — e mais difícil se torna romper esse ciclo.

Como se libertar do vício em rejeição?

  1. Reconheça o padrão: O primeiro passo é admitir que há um ciclo repetitivo de dor, esforço e frustração. Nomear o problema é fundamental para começar a sair dele.

  2. Busque autoconhecimento: Terapia, livros de psicologia e práticas de reflexão ajudam a entender de onde vêm essas carências. Muitas vezes, a origem está em traumas antigos que ainda influenciam suas escolhas.

  3. Fortaleça sua autoestima: Trabalhe para se valorizar por quem você é, e não pelo amor ou validação de outra pessoa. Isso inclui aprender a se afastar de quem te faz mal — mesmo que doa no começo.

  4. Mude o foco: Ao invés de correr atrás de quem te rejeita, comece a observar e valorizar quem demonstra interesse genuíno por você. A paixão saudável também pode ser intensa — e muito mais gratificante.

  5. Desconstrua ideias românticas tóxicas: Amar não deve ser sinônimo de sofrer. A ideia de que o “amor verdadeiro” precisa ser conquistado a duras penas é um mito que alimenta relacionamentos destrutivos.

O amor não precisa machucar

Entender que amor não deve ser sinônimo de luta ou dor é uma das maiores libertações que alguém pode ter. Quem realmente gosta de você não te ignora, não brinca com seus sentimentos, não te faz sentir pequeno ou descartável. E você não precisa correr atrás para ser digno de amor.

Amar é uma via de mão dupla. Se você está sempre no papel de quem implora, talvez seja hora de perceber que não é amor o que estão te oferecendo — é carência, manipulação ou conveniência.  Sugar daddy

O verdadeiro desafio não está em conquistar alguém que não te quer. Está em reconstruir sua relação consigo mesmo e aprender a aceitar só aquilo que vem com respeito, afeto e reciprocidade.

PUBLICIDADE

Últimas Notícias



PUBLICIDADE

Copyright © 2003 / 2025 - Todos os direitos reservados
NossaCara.com é propriedade da empresa Nossa Cara Ponto Comunicações e Serviços Ltda.
CNPJ: 07.260.541/0001-06 - Fone: (73) 98866-5262 WhatsApp