Por: Urbino Brito
As condições estruturais das pontes da BR-101 estão colocando em risco a vida de milhares de motoristas que trafegam diariamente por essa importante rodovia. Um caso emblemático que ilustra a gravidade da situação é a recente queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conectava os estados do Tocantins e Maranhão. O desastre resultou em pelo menos 13 mortos e quatro desaparecidos, levantando um alarme sobre a segurança de outras estruturas similares no país.
Preocupado com o estado de conservação das pontes da BR-101, solicitei a um amigo jornalista Gileno Miranda do site Águia News que registrasse imagens da ponte localizada em Itamaraju, no extremo sul da Bahia. As fotografias capturam uma realidade alarmante: estacas que sustentam os pilares apresentam corrosão severa, expondo ferragens enferrujadas, rachaduras profundas e trechos onde o concreto está visivelmente comprometido. A situação é ainda mais preocupante devido à presença de buracos no piso e desíveis significativos entre os blocos de concreto, com variações de até 2 centímetros, que podem comprometer a estabilidade de veículos e causar acidentes.
Essa ponte, assim como diversas outras ao longo da BR-101, foi inaugurada em 1973 e nunca passou por manutenção preventiva adequada. O descaso com a infraestrutura evidencia a falta de investimento público na conservação das rodovias, apesar do volume intenso de tráfego, principalmente de caminhões que transportam cargas pesadas e agravam o desgaste das estruturas.
A negligência na manutenção das pontes é um problema crônico que não apenas expõe motoristas e passageiros a riscos extremos, mas também compromete o fluxo logístico e econômico da região. A BR-101 é uma das principais rodovias do Brasil, conectando vários estados e desempenhando um papel crucial no transporte de mercadorias e pessoas. No entanto, sem a devida atenção à infraestrutura, tragédias como a da ponte Juscelino Kubitschek tornam-se cada vez mais prováveis.
Após anos de abandono, é urgente que as autoridades tomem medidas imediatas para evitar que um colapso semelhante ocorra na BR-101. O reforço na fiscalização, a realização de inspeções técnicas detalhadas e a implementação de um plano de manutenção são essenciais para garantir a segurança de quem depende dessa rodovia.
Enquanto isso, os motoristas seguem enfrentando situações de risco, com medo crescente e poucas esperanças de uma solução rápida. É necessário que a sociedade como um todo exija ações concretas para preservar vidas e evitar mais desastres que poderiam ser facilmente prevenidos com a devida manutenção e cuidado.
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