
Prova teve vitórias do português Tiago Ferreira e da colombiana Monica Calderón nas categorias solo elite masculina e feminina, respectivamente
A etapa 4 da Brasil Ride foi de muita lama e superação. Depois de uma madrugada de chuva, a manhã começou com tempo nublado e 127km de distância entre o pórtico da Arena Brasil Ride, em Arraial d’Ajuda e a Vila Brasil Ride, em Guaratinga. Trilhas escorregadias e subidas onde diversas vezes os competidores tiveram que levar a bike ‘no colo’ e ‘amassar barro’ para transpor e vencer os próprios limites.
Limites esses que afloraram na chegada à Vila Brasil Ride. Muitos atletas se entregaram ao choro – alívio do corpo e do coração, por ter vencido essa etapa, que é a primeira das outras três grandes distâncias da competição. Nesta quinta-feira, dia 23, o desafio é a etapa Rainha (100km) e na sexta, dia 24, a volta a Arraial d’Ajuda (130km).
O dia mais difícil - até o momento - foi do português Tiago Ferreira (Vouzela BH TF), com tempo total etapa de 4h56m41.057s no lugar mais alto do pódio masculino e da colombiana Monica Calderón (Cannondale ISB Sport), que finalizou o percurso em 6h16m39.667s.
Na elite masculina os segundos e terceiro lugares foram de David Serrano (BH Coloma Team; 4h56m41.303s), com menos de 1 segundo de diferença do campeão; e Hans Becking (Buff Megamo MTB Team), com a cronometragem de 5h05m58.817s e 09m17.760s de diferença para o primeiro lugar.
Na elite feminina, Luiza Souza (avulso) alcançou a vice-liderança, com o tempo de 6h36m14.190s, quase 20 minutos atrás da vencedora (19m34.523s); enquanto Marcela Lima (Groove Avante Team) garantiu a terceira colocação com a passagem pelo pórtico com 06h58m17.473s, uma diferença de 41m37.806s da número 1 da etapa.
Já na classificação geral a disputa masculina segue com o espanhol David Serrano com 06h53m31.230s, seguido do português Tiago Ferreira (06h53m33.484s) e Hans Becking (07h04m57.007s).
A elite feminina segue com a liderança da colombiana Monica Calderon (08h41m29.630s), seguida de Luiza Souza (09h05m32.403s; diferença de 24m02.773s) e Karen Olimpio (Soul Extreme Race; 09h23m58.927s, e diferença de 00h42m29.297s).
Dura
Para o campeão da etapa, Tiago Ferreira, veterano das trilhas entre Arraial e Guaratinga, a etapa foi muito dura. “Era de se prever que a corrida seria extremamente difícil. No Pau Brasil, a trilha estava completamente alagada e a dificuldade maior era enxergar com tanta lama, o que foi muito complicado. Perto do km 70, pegamos duas partes enormes de barro, o que deixou as bikes naquele estado que a gente já conhece. Foi um dia que as próprias condições fizeram a corrida. Nosso objetivo foi gastar menos do corpo e chegar sem problemas, sem azar. Eu e David trabalhamos bem em conjunto para garantir a posição”, comentou.
O vice da etapa, David Serrano, ressaltou que essa é a prova mais difícil que enfrentou desde que se entende por ciclista. “Graças ao Tiago, finalizei a etapa. Foi, sobretudo, mérito dele me ajudar, me esperar em muitos momentos. Agradeço também à Brasil Ride, porque me fez sofrer muito bem. Não esperava tanta dificuldade. Foi um dia histórico”, salientou.
Terceiro lugar da etapa, Hans Becking concorda com os companheiros de competição. “Foi difícil a prova, mas estou feliz por ter completado a etapa sem problemas com a bicicleta. As subidas estavam muito difíceis, uma após a outra e o vento cortante atrapalhava. Cheguei e fiquei muito feliz”, afirmou.
Alex Malacarne (Specialized Racing BR) também é veterano na etapa e falou que o percurso foi duríssimo, e com muita lama. “A bicicleta atrapalhou, a gente veio brigando pra ter equipamento, mas conseguiu fazer o melhor possível, estou feliz de chegar, mas o frio aqui tá complicado, nem parece que estou na Bahia”, disse.
Mulheres
Monica Calderón também sentiu a dificuldade da prova com o clima e com o caminho. Nos espaços alagados, não dava para parar, na lama tinha que limpar e nas subidas muito barro, a parte mais difícil de tudo. Para mim essa hora foi a mais difícil. As temperaturas me ajudaram, mas o terreno complicou. A etapa foi longa, e hoje me favoreceu muito. Foi uma prova mental: querer avançar, não render-se e superar tudo o que o caminho nos colocou em frente”, relatou.
Luiza Souza se emocionou ao cruzar a chegada e disse que a experiência da mesma etapa do ano passado a ajudou. “Fiz uma boa estratégia para hoje: consegui me colocar em um pelotão, fiz uma prova dinâmica no Pau Brasil, mas não dei meu máximo porque sabia que seria muito ‘empurra-bike’. Fui me poupando e quando começou os trechos de lama eu ainda tinha bastante energia e vim dosando até o fim. Ao longo da prova fui ultrapassando as meninas, meninas que para mim são grandes referências. E hoje chegar na frente delas é algo que eu jamais imaginei. E olha que eu sou uma pessoa muito sonhadora. E agora estou brigando pela ponta junto com elas. Estou bem feliz por tudo que eu entreguei hoje e agradecer a todos que me apoiaram, principalmente a minha família”, desabafou a atleta, que levou a ‘bike no colo’ por alguns kms do trajeto.
O terceiro lugar foi garantido por Marcela Lima, que se emocionou ao atravessar o pórtico. “Tive que controlar muito por causa da câimbra, cadenciando algumas vezes durante o percurso. Mas é meu primeiro ano disputando ultras, então eu acredito que, com o passar dos anos, o corpo vai criando ‘carcaça’. Me descobri dentro das Ultramaratonas e acho que tive “sorte”. Me preparei e colhi os frutos. Estou na maior ultramaratona da minha vida e venho me descobrindo a cada prova e quero crescer cada dia mais. Aqui é igual guerra. Eu me senti em uma guerra contra a gente mesmo, de sobrevivência e barro, e olho ardendo e muita sujeira no rosto, mas continuar a ser firme, saber se controlar, saber respirar também ao longo do tempo. Estou feliz!”, finalizou.
5ª Etapa
Nesta quinta-feira, dia 23, os atletas enfrentam a Etapa Rainha. O percurso de 101 km e 2.400m altimetria é um dos desafios mais icônicos no Parque Nacional do Alto Cariri: uma subida ininterrupta de 8 km. A etapa ainda contará com estradões, downhills e trilhas alucinantes, além do lindo visual da Pedra do Oratório e montanhas que cobrem os 360º da Vila Brasil Ride.
Mas antes dessa etapa, os ultramaratonistas terão a primeira noite no acampamento, dormindo em barracas, poupando energias e aproveitando o visual e o – pasmem – frio na Bahia, que na madrugada deve chegar aos 10º C.
A Brasil Ride Bahia é apresentada pelo Banco Bradesco.
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Brasil Ride: Mais que uma prova, uma etapa em sua vida.
ETAPAS DA ULTRAMARATONA
5ª ETAPA | ETAPA RAINHA | Guaratinga >Guaratinga
DISTÂNCIA: 101 km
ALTIMETRIA: 2.400 m
6ª ETAPA | Guaratinga > Arraial d'Ajuda
DISTÂNCIA: 130 km
ALTIMETRIA: 1.710 m
7ª ETAPA | Arraial d'Ajuda > Arraial d'Ajuda
DISTÂNCIA: 48,2 km
ALTIMETRIA: 560 m
BOX 2: CLASSIFICAÇÃO
ETAPA 4 – ARAIAL > GUARATINGA- DIA 22/10/2025
SOLO ELITE MASCULINO
1º TIAGO FERREIRA POR SOLO ELITE M 04:56:41.057 00:00:00.000
2º DAVID SERRANO ESP SOLO ELITE M 04:56:41.303 00:00:00.246
3º HANS BECKING NED SOLO ELITE M 05:05:58.817 00:09:17.760
SOLO ELITE FEMININO
1º MONICA CALDERON COL SOLO ELITE F 06:16:39.667 00:00:00.000
2º LUIZA SOUZA BRA SOLO ELITE F 06:36:14.190 00:19:34.523
3º MARCELA MATOS BRA SOLO ELITE F 06:58:17.473 00:41:37.806
CLASSIFICAÇÃO GERAL
MASCULINO
1º DAVID SERRANO ESP SOLO ELITE M 06:53:31.230 00:00:00.000
2º TIAGO FERREIRA POR SOLO ELITE M 06:53:33.484 00:00:02.254
3º HANS BECKING NED SOLO ELITE M 07:04:57.007 00:11:25.777
FEMININO
1º MONICA CALDERON COL SOLO ELITE F 08:41:29.630 00:00:00.000
2º LUIZA SOUZA BRA SOLO ELITE F 09:05:32.403 00:24:02.773
3º KAREN OLIMPIO BRA SOLO ELITE F 09:23:58.927 00:42:29.297