Por: Teoney Guerra
O ciclista Gabriel Tonini, de 17 anos, nascido em Itamaraju, aqui no extremo sul da Bahia, mas residente na cidade de Newark, no estado de New Jersey, é líder do ranking do ciclismo nos Estados Unidos da América.
O itamarajuense que se mudou para aquele país da América do Norte em 2016, aos 14 anos, acompanhando a família, lá continuou a praticar como hobby o ciclismo, e, em uma carreira meteórica, se profissionalizou e alcançou o topo do ranking, na categoria de até 18 anos.
Foi tudo muito rápido, mas dependeu de uma boa dose de dedicação, persistência e autoconfiança.
Quando chegou aos Estados Unidos com a família, Gabriel não tinha, sequer, uma bike para treinar, e assim, ficou sem praticar o hobby por uns dois meses. Foi aí que o pai, Fabrício Tonini comprou uma bicicleta “bem simples”, de alumínio, com a qual voltou a treinar.
Uma semana depois, numa busca na internet, tomou conhecimento de uma prova de ciclismo, da categoria speed - em que não tinha experiência -, que seria realizada próximo à sua casa. Isso, apenas duas semanas após retomar os treinos. Não pensou duas vezes, e apesar de o pai achar muito prematura essa participação em competição, os dois foram ao local. Conseguiu se inscrever e participar da prova. Mas “o nível era muito alto”, diz Gabriel, que, mesmo tendo participado da “categoria mais iniciante”, tomou volta dos líderes lá pela metade da prova. Mas o atleta não se abateu. e passou a treinar com mais dedicação.
Cerca de um mês depois houve uma competição em Nova York. Acompanhado do pai e da mãe, Fernanda, foi e participou da prova, que concluiu em 2º lugar, para surpresa até dele próprio e de seus pais. “Assim, todo mundo veio me cumprimentar, falando inglês, língua que eu ainda não falava”. Porém, um problema técnico detectado na sua bike, depois da prova: uma catraca fora do padrão das que são utilizadas lá, nas competições – e da qual ele não tinha conhecimento -, levou à sua desclassificação.
Mas, mesmo assim, o chefe de uma grande equipe que participara da corrida o procurou - falando em espanhol, idioma que ele falava mais ou menos –, e o convidou para entrar na sua equipe, a Cuevas Cycling. Convite que foi aceito imediatamente.
Assim veio a oportunidade de tornar o ciclismo uma profissão. Ali mesmo, o chefe da equipe, Fernando Cuevas, lhe entregou roupas e capacete, e se comprometeu a comprar uma bike competitiva para ele. E Gabriel ficou sabendo que haveria uma competição dentro de 15 dias, na Pensilvânia, e teria que participar. Voltou aos treinos com a sua bicicleta, e no dia marcado, integrava a equipe Cuevas Cicling, disputando a competição estadual. Teve um péssimo desempenho. Mais uma vez, “levou volta” dos líderes. Mas o técnico e dono da equipe via nele um potencial para ser um atleta campeão, e o encorajou. Após essa competição, com uma bike competitiva, os resultados positivos passaram a aparecer.
Porem, cerca de um ano depois, Fernando morreu, vítima de um câncer. O que foi ruim para a equipe, e pior para o itamarajuense, uma vez que o novo técnico teve uma série de atritos com ele, o que resultou na sua saída da equipe em gosto de 2018. Assim, Gabriel concluiu aquela temporada competindo sem equipe.
Os ótimos resultados lhe renderam um convite de outra grande equipe, a Debondt Veranas US, pela qual disputa a atual temporada, competindo em três modalidades: speed (road bike), cyclocross e mountain e bike, e é líder do ranking na speed, na sua categoria, de até 18 anos.
Hoje, após três temporadas, Gabriel já disputou 172 provas, tendo conquistado 43 vitórias, e coleciona os seguintes títulos:
Dois títulos de Campeão tour of Fort Lee Top 15 Sun of Valley (corrida junior de nivel mundial).