Por: Débora do Carmo
A 5ª edição do Festival Jazz Trancoso que teve início na noite desta sexta-feira, dia 24 de janeiro, foi recorde de público, levando uma multidão à Praça do Bosque para assistir o chorinho do Trio Couro & Corda e do Buranhém Choro Clube, os DJs Paola Vigorito e Tassio Baia, e a dança de Preta Show. O ápice da noite foi mesmo Mateus Aleluia que com a sua presença poderosa e inebriante encantou e emocionou o público com suas interpretações.
Atração mais aguardada do Festival, Mateus Aleluia usou a voz e a música para falar e mostrar sua herança cultural com perfeição em um show de simpatia, de resiliência e resistência, em uma data muito simbólica: o Dia Mundial da Cultura Africana e Afrodescendente. Ao som de ‘Cordeiro de Nanã’, ‘Despreconceituosamente’, ‘Amor Cinza’, ‘Fogueira Doce’, ‘Felicidade’, entre outras, o artista ousou falar dos sentimentos humanos, por diversas vezes sem usar a voz.
ARTE E MÚSICA
Já na segunda noite, Choro, Tango, Samba, Bossa, Jazz e a baianidade de Dorival Caymmi foram celebrados na segunda noite da 5ª edição do Festival Jazz Trancoso. As apresentações cheias de empoderamento musical ficaram ainda mais mágicas, com a apresentação de dançarinos, interpretando os sentimentos e devaneios de cada sessão musical e artistas circenses, com suas piruetas, pirofagias e artes, que surpreenderam o público.
No palco, Aldení Ramos & Viva Chorinho, encantaram o público na Praça do Bosque, com canções como ‘Naquela Mesa’, ‘Brasileirinho”, ‘As Rosas Não Falam’, ‘Trem das Onze’ e composições próprias. Já o Paixão Sul: Tango, Samba e Bossa trouxe ritmos latinos em uma mistura poderosa. As interpretações cheias de estilo, ‘Preciso me Encontrar’, ‘Por Una Cabeza’e ‘O Bêbado e o Equilibrista’ enalteceram o espetáculo. Pepe Semenzato e Super Jacks Jazz Trio, reverenciaram o Jazz, com incríveis interpretações e o repertório de Jazz Standards, SambaJazz e Músicas Autorais.A honrosa homenagem a Caymmi e sua baianidade, teve as vozes de Pedro Nezzo e diversos músicos de Trancoso em um encontro da música popular local.
DOMINGO
Já a tarde do domingo em Trancoso, foi diferente. O Quadrado se encheu de som com a Filarmônica Lyra Popular de Belmonte. O encerramento da edição trouxe a banda com mais de 40 músicos e 110 anos de história. O repertório teve desde Michael Jackson e Roupa Nova, passando por temas de filmes e novelas, e sucessos da música baiana. Para alegrar as crianças um palhaço de perna de pau distribuía bolhas no ar. Ao fundo, a Igreja de São João Batista emoldurava o cenário.
O Festival Jazz Trancoso é patrocinado pela Mastercard, Secretaria de Turismo do Estado da Bahia, Governo do Estado da Bahia, Secretaria de Turismo de Porto Seguro e Prefeitura de Porto Seguro. Conta ainda com apoios fundamentais de parceiros como Nampur, Hotel Vila São João, Fasano, Tutabar, Restaurantes Ali na Janete, Favorito, Bonitto, Alegria, Calá e Divino, Embaixada da Paz, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e Instituto Brasil Chama África.
Box: A opinião de quem esteve no festival
‘O Festival Jazz Trancoso posiciona o destino em uma segmentação cultural importante. Mesmo acontecendo no período de alta temporada, onde existe um fluxo turístico já consolidado, é um evento vivo e importante’.
Guto Jones, Secretário de Cultura e Turismo de Porto Seguro
Eu acho o Festival um evento importante, pois é preciso ter mais incentivo a outros estilos musicais. É um evento que acontece no verão, mas que dá a oportunidade de o morador aproveitar uma música de qualidade com diversidade musical. Eu gostei muito das intervenções artísticas, do Jazz, do Chorinho, do Samba. O show de Mateus Aleluia foi um espetáculo à parte. Foi emocionante. Acredito que é necessário ter esse tipo de evento na região.
Tauana do Nascimento Martins, 43 anos, mineira, moradora de Trancoso
Achei o Festival muito bom. A parte que mais gostei foi a apresentação dos artistas com o fogo [pirofagia]. Foi incrível!
Luíza Carumi de Freitas Maia, 9 anos, nativa de Trancoso.
Eu estou achando maravilhoso e com um repertório excelente. Vou participar de todos os dias, pois é imperdível. Além disso, Trancos tem poucos eventos como esse, gratuitos e acessíveis. E quando tem, a gente deve aproveitar.
Ramona Barbosa, 74 anos, moradora de Trancoso há 30 anos.
O Festival está fantástico. É o melhor evento do verão. É muito maravilhoso. O Jazz Trancoso é um marco: acontece ao ar livre, de graça, tem ótimas atrações, é muito bem feito, com um cenário é maravilhoso. Tal qual as festas de São Sebastião e São Braz, que não perco uma, o Festival também, até porque não temos tantos eventos como esse aqui e na região.
Maria Cecília Camarotto, 43 anos, moradora de Arraial d’Ajuda.
Vim com a minha mãe a minha amiga e a mãe dela. Só vim no segundo dia, e o que mais gostei foi das apresentações com o fogo.
Maria Correia Santos, 9 anos, nativa de Trancoso.
Moro há dois anos em Trancoso e trabalho na feirinha aqui ao lado, então sempre dou um pulinho pra ver as atrações do Festival e dos eventos no Bosque. O Jazz Trancoso influencia muito a cultura do distrito e traz sempre uma boa estrutura, uma decoração super linda, as luzes, tudo é muito bem feito. Os artistas também são de muito bom gosto, tudo de extrema qualidade.
Leonardo Malinoski Ferreira, 29 anos, curitibano, morador de Trancoso.
Estou no Brasil de passagem e é a primeira vez como espectador do Jazz. Estou gostando muito, a iniciativa é muito interessante. Estive na primeira noite e me encantei com o espetáculo do Mateus Aleluia. No segundo dia, de tudo que escutei, gostei mais do Tango.
Flávio Mendes, 58 anos, turista de Portugal, pela primeira vez no evento.
Moro aqui há cerca de 3 anos, com a minha esposa e sempre participamos das edições do Jazz. O evento como sempre está maravilhoso. Eu quase não saio em Trancoso, porque eu não gosto da música que as pessoas gostam de ouvir aqui. Essa aqui é uma experiência muito positiva: sair e curtir uma música que eu realmente gosto. O bacana daqui, principalmente é essa questão de estar ao ar livre, à vontade. E vemos isso também no Jazz, que é um estilo que suscita a naturalidade das pessoas, é o que elas são realmente, do jeito que elas gostam de curtir. A gente gosta de sentar, tomar um vinho. Tem uma galera que gosta de ficar mais lá na frente, a gente gosta de ficar mais reservado. Além disso tem o Bosque, que uma área muito legal.
Leonardo Frascoli Pereira, 41 anos, morador de Trancoso.
Eu gostei da música, das apresentações com fogo, que minha filha e a amiga dela amaram, essa interação dos artistas com o público também, é bem legal. Gosto muito do Festival, por que é entretenimento também para o morador. Eu venho e sempre ‘puxo’ as amigas para virem também.
Fabiula Rodrigues de Freitas, 36 anos, nativa de Trancoso.
O Festival é muito bom. Estava de longe escutando o som, passeando e paramos aqui. Estamos de férias e desfrutando desse evento pela primeira vez.
Damián Torres, 43 anos, de Buenos Aires, Argentina.
Só consegui vir hoje, por conta do trabalho e resolvi aproveitar a folga para passear e parei para acompanhar. Estou amando este dia. Aliás, quem não gosta de música boa, né?
Lauro Barrozo, 45 anos, morador de Trancoso.
Vi os shows do primeiro e do último dia. Hoje [ontem] vim com amigos e achamos tudo muito lindo. É tão legal ter essa oportunidade para todo mundo, para a comunidade, poder ouvir a música, ver a cultura e a arte. É tudo tão bonito. É bonito ver pessoas de diferentes cidades aproveitando, confraternizando, sentar ao ar livre e ficar de boa. A sensação de estar no gramado, no quadrado é da fazer um piquenique. Trouxemos nossa canga, colocamos no chão, e estamos aproveitando em família, nos sentindo no quintal de casa. É uma sensação boa, de pertencimento e de oportunidade. Fico feliz pelos meus filhos terem essa oportunidade de vivenciar a cultura, a música, ampliar o repertório deles, né? Ter uma nova perspectiva de compreensão e de visão de mundo, Tô muito grata e feliz por estar aqui.
Carolina Correa Lima, 44 anos, moradora de Arraial d’Ajuda.
Gostei do Festival. O Jazz e as músicas de percussão são as que mais gosto. Só acho que deveriam ter começado mais tarde, por conta do calor dos músicos da Filarmônica e do palhaço de perna de pau.
Tiê Lima Bernardes, 8 anos, morador de Arrraial e filho de Carolina.
Estou eu e meu companheiro de férias e aproveitando este domingo incrível de música boa. É lindo este festival.
Alfonsina, turista da Argentina.
Sempre vou aos eventos da região. Porém este ano por conta de agenda só pude vir hoje no encerramento. Como sempre, o Jazz Trancoso não decepciona. A qualidade dos artistas que eles trouxeram é de altíssimo nível. A Filarmônica de Belmonte, não ficou por baixo. Parabéns, pela qualidade musical, excelente, a escolha do repertório atendeu a vários públicos. O evento está impecável, parabéns aos envolvidos.
Cyntia Mattos Oliveira Costa, 49 anos, moradora de Porto Seguro.