Comportamento de baixa se intensifica e robusta tem queda expressiva de quase 5% nesta terça-feira (13)
Os preços do café voltaram a cair no mercado físico brasileiro nesta terça-feira (13/05), mantendo a tendência negativa que vem se consolidando desde o final de abril. A saca de 60 quilos do café arábica foi negociada a R$ 2.528,62, registrando baixa de 0,96% no dia. Já o café robusta (conilon) apresentou uma queda ainda mais acentuada: 4,99%, sendo cotado a R$ 1.583,74.
Tendência de baixa consolidadaA análise do comportamento dos preços nas últimas semanas revela um cenário de persistente desvalorização. Entre os dias 30 de abril e 5 de maio, tanto o café arábica quanto o robusta acumularam quedas diárias consecutivas. A única interrupção nessa trajetória ocorreu no dia 6 de maio, quando o arábica teve um leve ganho de 0,32% e o robusta avançou timidamente 0,11%. No entanto, esse fôlego durou pouco: do dia 7 ao dia 12 de maio, ambos os tipos voltaram a registrar baixas constantes, reforçando a fragilidade do mercado.
Essa sequência indica um mercado pressionado por fatores estruturais e conjunturais, entre eles:
Expectativas quanto à próxima safra brasileira, que se mostra promissora em volume, especialmente para o arábica, o que pode estar influenciando os preços para baixo devido à expectativa de maior oferta;
Condições climáticas favoráveis nas principais regiões produtoras, que afastam o risco de quebra de safra no curto prazo;
Variações no câmbio, já que a valorização do real frente ao dólar pode reduzir a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional, pressionando os preços domésticos;
Demanda externa cautelosa, com importadores buscando melhores oportunidades de compra diante das oscilações frequentes do mercado.
A queda mais intensa no preço do robusta nesta terça-feira — quase 5% — chama atenção. Historicamente mais estável que o arábica, o robusta tem sentido o peso de um mercado global bem abastecido e da concorrência com outros países produtores, como Vietnã e Indonésia, onde os estoques também se mantêm elevados. A baixa demanda da indústria de solúvel, que utiliza principalmente o robusta, contribui para a pressão negativa sobre o preço.
Com os preços em retração contínua e a safra 2025 se aproximando, o mercado segue em alerta. A oscilação nos próximos dias dependerá principalmente de novas atualizações sobre as condições climáticas, do comportamento do câmbio e da atuação dos principais compradores no mercado internacional.
Para o produtor, o momento é de cautela. Avaliar os custos de produção e buscar estratégias de comercialização seguras, como contratos futuros ou vendas escalonadas, pode ser fundamental para atravessar este período de incertezas.
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