COOBA-Y impulsiona sustentabilidade e preservação cultural através do comércio exterior
Por: Urbino Brito
A castanha do Brasil, fruto do trabalho sustentável e culturalmente rico dos povos indígenas Mẽbêngôkre-Kayapó, está ganhando o mundo. Com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o produto já é exportado para a Inglaterra, fortalecendo uma cadeia produtiva baseada em práticas tradicionais e respeitosas ao meio ambiente.
A produção é conduzida por cerca de 600 famílias indígenas que vivem na região da Bacia do Rio Xingu, no Pará. Essas famílias são associadas à Cooperativa Kayapó de Produtos da Floresta (COOBA-Y), sediada no município de Tucumã. Criada em 2012, a cooperativa tem como missão fortalecer atividades produtivas que gerem renda e garantam a subsistência das comunidades, ao mesmo tempo em que promovem a preservação da floresta e de seus recursos naturais.
Adriano Jerozolimski, assessor técnico da COOBA-Y, ressalta que a cooperativa desempenha um papel fundamental ao alinhar as demandas do mercado internacional com a valorização das práticas e saberes indígenas. "A iniciativa é um exemplo de como é possível unir economia, cultura e sustentabilidade em um só projeto", explica.
Além de participar ativamente da Mesa Executiva de Exportação da Castanha do Brasil, a COOBA-Y também representa um modelo de cooperação que estimula a autonomia indígena e reforça a importância da conservação ambiental. As castanhas são coletadas de forma sustentável, contribuindo para a preservação da biodiversidade na região amazônica.
Com o reconhecimento internacional e o apoio estratégico de instituições como a ApexBrasil, os povos Mẽbêngôkre-Kayapó demonstram como é possível transformar a riqueza da floresta em oportunidades econômicas, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Essa conquista reforça a importância de valorizar as comunidades tradicionais como protagonistas na luta por um mundo mais sustentável.
Fonte: Paloma Custódio / Brasil 61